sexta-feira, 23 de abril de 2010

SEGURANÇA E EDUCAÇÃO

A violência cada vez mais assustadora em nossas cidades, não ocorre por acaso. Não há dúvidas que uma série de fatores conduzem para o desencadeamento de atos violentos. Entre essas causas, a questão das drogas se coloca como uma das principais causas da violência urbana, de acordo com diversos indicadores que vem sendo apresentados e por pesquisas científicas conceituadas. Dessa forma, melhorar a segurança em nossas cidades passa por um enfrentamento eficaz contra as drogas, todavia, não é por meio do combate ao tráfico que isso ocorrerá, pois todos sabemos, que a oferta é regulada pela demanda. Posto isso, o Programa de Resistência às drogas e a violência, surge como um importante instrumento de combate e controle a problemática das drogas, uma vez que fortalece as crianças criando possibilidades dessas resisitirem a entrarem nesse nebuloso mundo. Assim, reduzindo a demanda, consequentemente haverá uma redução na oferta e por conseguinte na violência, conforme já demonstrado por recente pesquisa do GREA/USP. Como o PROERD é desenvolvido nas escolas, novamente voltamos ao velho binômino, que todos sabemos mas os governos insistem em desconhecer, que violência se combate com educação de qualidade.

Um comentário:

  1. Num país onde a disparidade social é predominante, a fome, a miséria e o desemprego são mascarados com bolsa-família, bolsa-escola, como forma de incentivo e não sócio-educacional a essa problemática, o que poderíamos esperar de nossa juventude??? Hoje - e os tele-jornais bem mostram isso - as drogas são consumidas nas portas das escolas, em frente ao poder público, e parece haver um descaso da parte das autoridades. O educador está cada vez mais desvalorizado moral e financeiramente falando, as escolas lançadas ao abandono e, quando falam em educação, nada mais é para divulgar uma política falsária, daquelas que se apega em números para dissimular trabalho. Logo, não encontrando estímulo em sala de aula - onde há um bom tempo atrás era considerada a segunda casa do aluno -, ele parte para algo mais prazeroso... aí entra as drogas.
    Se valorizassem mais o ofício dessa profissão, dando a ela todo o repaldo que lhe é cabível, investindo numa capacitação condizente com a realidade de cada grupo escolar, olhando com zelo e otimismo o aluno desde a pré-escola, com certeza, estaríamos formando um cidadão consciente, capaz e responsável. Consciente de que "droga" é uma droga; capaz de sustentar a sua posição perante ela e, mais ainda, de argumentar com veemência sobre o seu poder maléfico; e responsável até mesmo na hora de escolher seus representantes.
    Mas para quê? O Estado deve ter outras preocupações... Os presídios abarrotados, milhares de menores infratores, o consumo desenfreado de drogas, a segurança pública agonizando, isso tudo são sinais de que o princípio básico de uma sociedade está abalado: a educação.
    Quem sabe um dia teremos uma escola voltada não só para a educação teórica, mas empírica também, onde poderemos fazer uma leitura universal daquilo que particularmente envolve cada ser humano, com suas problemáticas e seus anseios, transparente e interdisciplinar, capaz de reformular o conceito de aprendizado para que o aluno seja visto, desde cedo, como multiplicador da ética e da cidadania, desvinculado das drogas e do abandono.

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